Caras(os)
irmãs(os) Dirigentes, Conselheiras(os), Escotistas e demais interessadas(os),
É com alegria que venho por meio
desta, tentar contribuir com a visível possibilidade de nós, membros do
Movimento Escoteiro, participarmos da Jornada Mundial da Juventude 2013, no Rio
de Janeiro. Tal evento de expressão mundial promovido pela Igreja Católica
Apostólica Romana, reuni jovens de quase todos os países do mundo, se tornando
o maior encontro de caráter religioso e não religioso da Terra.
Antes de pontuar o motivo dessa
carta, me apresento: sou Hugo M. M. Galvão, tenho 33 anos, ex-seminarista da
Arquidiocese de Natal, estudante de Teologia da Faculdade Jesuíta e escotista
do 46o GE Lagoa do Nado. Depois de alguns anos afastado do ME
atuando ora em Natal-RN, ora em Mossoró-RN, retorno como chefe assistente numa
das Tropas de Escoteiros do referido Grupo. Participei da JMJ de 2008 em
Sydney, Austrália e meu primeiro evento internacional fora o Acampamento
Internacional de Patrulhas em 1994, não participando de outro encontro
internacional até a JMJ-2008.
As Jornadas da Juventude são uma grande e
maravilhosa oportunidade de, principalmente, os jovens católicos se sentirem
mais católicos, mais inseridos na Igreja e, por conseguinte, se sentirem mais
cristãos. Creio que a JMJ ultrapassa inclusive a sua atuação dentro de uma
igreja específica. Mais do que um encontro restrito da Igreja Católica, sem
perder o foco da Evangelização, as Jornadas têm um poder de dimensões
supra-institucionais e dependendo apenas de como é vista, exerce uma influência
muito grande na sociedade na qual é recebida, transformando sem-números de
corações para a prática da caridade e o exercício da cidadania. É evidente que
milhares de pessoas que participam de um evento assim, podem aproveitá-lo para
fazer turismo, todavia é inegável que outras centenas são tocadas pela mensagem
transmitida ao longo de uma semana de atividades religiosas. Uma semana de
jornada e mais uma semana de pré-jornada! É uma hiper “celebração”.
Vale destacar: é apenas no esporte e
em shows musicais que o mundo se encontra é um único lugar. Entretanto nada
supera o encontro religioso da JMJ. É possível darmos uma real importância, uma
extrema seriedade a Jornada? – Sim, por pelo menos e principalmente dois
motivos: o Movimento Escoteiro é estritamente jovem; nasceu para a juventude e todos
os membros adultos têm como foco o trabalho com a juventude, desde a preparação
para essa fase da vida humana (crianças, pré-adolescentes e adolescentes), até
a formação de jovens que farão com que o Escotismo atinja seus objetivos
principais. Segundo: o ME tem como base imprescindível o voluntariado. Sem
jovens e sem voluntários é impossível exercer o Escotismo seja onde for. Por
esses dois motivos, sem entrar no mérito religioso, espiritual, confessional de
uma igreja específica, é mais que evidente que uma JMJ também fora feita para
as Escoteiras e Escoteiros do mundo todo, independente da igreja que
participam.
Precisamos compreender a dimensão da
Jornada e perceber o quanto é significativo a participação dos membros de nossa
Instituição nesse encontro. Exceto as instituições religiosas e de direito
público, a União dos Escoteiros do Brasil é a maior instituição filantrópica do
País e uma das maiores do mundo, se não a maior. Tal importância não se deve
tanto por ser um acontecimento religioso, mas, sobretudo, é a mensagem desse
encontro que importa. Nas palavras de Jesus: “eu vim para que tenham vida e a
tenham em abundância” (Jo 10, 10). Num encontro como esse, nossos deveres para
com Deus, Pátria e Próximo (consigo mesmo), estão mais que evidentes.
Entrar em detalhes seria delongar
essa carta. Contudo gostaria de frisar mais um ponto. Mesmo com um contingente
de escoteiros do Brasil moderado, sabemos que nem todos deverão participar,
provavelmente por dois motivos principais: ou são de outra religião/igreja, ou por
desconhecerem o real valor e verdadeiro significado de uma encontro dessa
envergadura. Para que nossa participação seja de fato assumida por todo o ME,
precisamos ao menor reduzir a barreira da divisão das igrejas cristãs e
provocar nos escoteiros o desejo de ir para a JMJ, seja participando ou
contribuindo voluntariamente. “Entusiasmar” é a chave aqui!
Valorizando a Jornada Mundial da
Juventude e entusiasmando os jovens de todas as idades dentro do ME, desde os
Lobinhos, até os chefes escoteiros de tenra idade, estaremos contribuído para o
sucesso da JMJ. Outrora, de qual
“sucesso” estamos falando? – Respondo escoteiramente: “procurar deixar o mundo
um pouco melhor do que quando o encontramos”. Independente da religião, do
credo, de nossos ideais políticos, filantrópicos e sociais, é importante que
saibamos o quão estaremos contribuindo para o bem do mundo todo.
Nossa dedicação deve refletir em
primeiro lugar na acolhida de todos os jovens e, por conseguinte, dos
escoteiros católicos e não católicos. Em segundo lugar, necessita promover em
nós um sentido de mais unidade escoteira e somasse a isso, um valor maior na
espiritualidade cristã, base do ME. Em terceiro, é importante sempre recordar
em nosso coração patriótico o quão carece em nosso País (e até no restante do
mundo) de pessoas que possam ser modelos de moral para nossos jovens.
Principalmente dotadas das virtudes que enobrecem o ser humano, que o “diviniza”
e faz parte não apenas de uma doutrina religiosa, mas e até do Escotismo.
Que este “Grande Jamboree Cristão”,
possa ser uma bela e especial oportunidade de encontrarmos os verdadeiros
escoteiros espalhados pelo nosso imenso Brasil. Se precisamos de um divisor de
águas, entre uma UEB do passado restrita institucionalmente e não efetiva em
todo o País (com todo o respeito aos dirigentes que no passado contribuíram na
medida de suas forças com a Instituição) e uma nova UEB capaz de abarca a
dimensão social do tamanho do Brasil, o momento é agora!
Uma UEB capaz de percorrer os cinco
cantos do País! Uma UEB capaz de ser de fato e de direito uma organização que
represente um milhão de associados apenas no Brasil (um sonho, uma realidade?)
e que possa conduzir, em cada comunidade onde é representada por ao menos um de
seus membros, uma melhoria na qualidade de vida das pessoas ao seu redor. Uma
Entidade com domínio suficiente para ser uma eficaz extensão da Escola regular,
nutrindo daquilo que os jovens mais carecem hoje e principalmente: de relação! Relação
sadia e honrosa consigo mesmo, com o outro, com a natureza, com os organismos
que compreende uma sociedade, com o espírito e acima de tudo, com o amor a
vida!
Irmãs e irmãos Escoteiros: não
exagero nas palavras pois elas brotam de uma paixão. O O Papa Paulo VI afirmava que amava “o idealismo que
comanda vossa psicologia” O Papa Paulo VI afirmava que amava “o idealismo que
comanda vossa psicologia” O Papa Paulo VI afirmava que amava “o idealismo que
comanda vossa psicologia”Papa
Paulo VI afirmara em 1964: “nós amamos o idealismo que comanda vossa
psicologia. Do mesmo modo que não se pode caminhar sem luz, não se pode viver
sem ideais”. A paixão que há de me mover para dedicar-me de corpo e alma ao que
ora apresento, confirma sua autenticidade nas palavras do sumo pontífice. O
ideal escoteiro assim, unida a mensagem de Jesus perenizada na Sua Igreja,
forma o tripé com as amarras mais seguras que um escoteiro pode fazer. Tripé? O
ideal, o Evangelho, apenas “dois”. O 3o somos nós e cada um! Vamos
juntos?
Sempre
Alerta e que Deus nos abençoe,
Hugo Marcel Marcelino Galvão
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Aos pés da Cruz da JMJ |
Belo Horizonte - MG